A astronomia é uma ciência muito antiga e, como tal, possui experiências acumuladas com as quais podemos aprender bastante. Quando se fala de astronomia, as primeiras coisas que nos vêm à mente são as estrelas. É verdade que as estrelas são objetos de estudo dessa ciência, mas também existem outros, como os planetas, galáxias, asteroides, cometas, buracos negros, etc.
Vejamos um pouco sobre as estrelas. Esses objetos são imensas concentrações de massas gasosas – hidrogênio e hélio, principalmente – nas quais acontecem reações nucleares. Isso mesmo, estrelas são enormes reatores nucleares! Nessas reações nucleares existentes no interior das estrelas, vários elementos químicos são gerados e também muita energia é liberada. Vemos uma parte dessa energia na forma de luz, por isso enxergamos as estrelas brilhando numa noite de céu limpo.
Pois bem, o nosso Sol também é uma estrela. Não tem características especiais, sendo uma estrela mediana. Nossa estrela está sozinha? A estrela mais próxima do Sol chama-se alfa-centauri (uma estrela de brilho forte que pode ser vista próxima do Cruzeiro do Sul) e está a 4,3 anos-luz (um ano-luz corresponde à distância que a luz percorre em um ano no espaço vazio, ou seja, 9,46 trilhões de quilômetros).
Isso quer dizer que o Sol é a única estrela em uma vasta região. Ao que tudo indica, esse comportamento não é o mais comum no Universo. Estima-se que 70% das estrelas estejam agrupadas em sistemas de duas (binários) até milhares de estrelas (aglomerados). Não percebemos isso quando olhamos para o céu por limitações na visão humana – é o poder separador dos nossos olhos.
Geralmente, as estrelas estão tão próximas que os nossos olhos veem esse sistema como se fosse uma única estrela. Esse efeito pode ser percebido quando vemos duas luzes como os faróis de um carro a uma grande distância. Aparentemente, as duas luzes se fundem numa só. Ao aproximar-se, percebemos que são duas fontes distintas de luz.
Nos sistemas binários, as duas estrelas orbitam um ponto chamado de centro de massa do sistema. É uma dança belíssima no céu. Já os aglomerados podem ser abertos (estrelas espalhadas – é uma região de nascimento de estrelas) ou globulares (aspecto esférico – região de estrelas velhas).
Seja qual for o tipo de agrupamento estelar, é importante perceber que existe uma preferência pelo companheirismo entre os astros. Podemos aprender com as companheiras no céu os exemplos de harmonia e bom convívio e traduzi-los em nossas vidas?
Nizomar de Sousa Gonçalves, doutor em Física e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)
Artigo publicado no jornal O Povo, em 09/09/2012, no caderno Ciência e Saúde
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