sexta-feira, 17 de agosto de 2012

'Temos muitas horas de aula e pouco estudo', diz reitor

Cláudio Ricardo, Reitor do IFCE

As escolas e universidades do Brasil são algumas das instituições de ambiente mais conservador do País, só têm aulas e não estimulam o aluno a estudar, a debater. Essa é a avaliação que faz o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Cláudio Ricardo Gomes de Lima.  Em entrevista ao programa O POVO Quer Saber (exibido pela TV O Povo nesta semana), que discutiu os impactos das novas tecnologias na educação, o reitor defendeu que as escolas brasileiras convidem os alunos ao debate, à reflexão e à solução de problemas. “As escolas ainda são um ambiente conservador. Temos muitas horas de aula e pouco estudo”, disse. “Temos que trazer elementos de modernidade e quebrar tabus.” Esses elementos “modernos” a que o reitor do IFCE se refere são a valorização da criatividade, da inovação, da capacidade de aprender só e transmitir o aprendido à sociedade. “Visitei muitas instituições pelo mundo e isso é modernidade lá. É o que está em voga”, reforçou. Em complemento a essa ideia, Cláudio Lima destaca a falsa impressão de modernidade que trazem tablets e lousas digitais. “Algumas pessoas (instituições) têm usado o tablet como marketing, mas do que adianta um tablet se o aluno é um analfabeto funcional?”, indagou. O reitor observa ainda a necessidade de equilíbrio entre uma escola como ambiente de debate e uma que alie tecnologia a essa empreitada. “Eu dirijo uma instituição que sabe harmonizar isso. Apesar de ser focado na tecnologia, o IFCE oferece dança, natação. A escola é ambiente de formação e não só de informação.”  GreveCláudio Lima defende a reivindicação de melhores de salários a professores e servidores. “É uma reivindicação legítima.” Mas ele não acha que a greve seja a melhor forma de chamar a atenção do Governo. “É preciso que se olhe o impacto de uma paralisação. É realmente eficiente?”, indaga.  O reitor destaca, no entanto, que é professor e não acha que o governo tem tratado a profissão de forma estratégica para o desenvolvimento do País. Esse é um dos motivos, diz ele, para que não se coloque no mesmo bolo o reajuste aos servidores e o de todos os demais funcionários públicos federais.  

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